sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Colégio Estadual João de Oliveira Botas






quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Lixo eletrônico: o outro lado da Era da Tecnologia




Há mais de dez anos tem crescido enormemente o uso de dispositivos eletrônicos portáteis, como computadores, telefones celulares e tocadores de música (primeiramente CD e, depois, arquivos digitais).
Um dos resultados, que a princípio não parecia preocupante, é o acúmulo do lixo eletrônico, que ocorre com a rápida obsolescência desses equipamentos.

Equipamentos eletrônicos descartados
Os equipamentos eletrônicos descartados representam o tipo de resíduo sólido que mais cresce no mundo, mesmo nos países em desenvolvimento. Um dos grandes problemas desse lixo está nas baterias, que contêm substâncias tóxicas e com grande potencial de agredir o ambiente.
Em artigo publicado na edição desta sexta-feira (30/10) da revista Science, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, comentam o problema e a ausência de políticas adequadas de reciclagem.
"O pequeno tamanho, a curta vida útil e os altos custos de reciclagem de tais produtos implicam que eles sejam comumente descartados sem muita preocupação com os impactos adversos disso para o ambiente e para a saúde pública", apontam os autores.

Metais pesados
Os pesquisadores destacam que os impactos ocorrem não apenas na hora de descartar os equipamentos eletrônicos, mas durante todo o ciclo de vida dos produtos, desde a fabricação ou mesmo antes, com a mineração dos metais pesados usados nas baterias.
"Isso cria riscos de toxicidade consideráveis em todo o mundo. Por exemplo, a concentração média de chumbo no sangue de crianças que vivem em Guiyu, na China, destino conhecido de lixo eletrônico, é de 15,2 microgramas por decilitro", contam.
Segundo eles, não há nível seguro estabelecido para exposição ao chumbo, mas recomenda-se ação imediata para níveis acima de 15,2 microgramas por decilitro de sangue.

Alternativas de menor impacto ambiental
Os pesquisadores estimam que cada residência nos Estados Unidos guarde, em média, pelo menos quatro itens de lixo eletrônico pequenos (com 4,5 quilos ou menos) e entre dois e três itens grandes (com mais de 4,5 quilos). Isso representaria 747 milhões de itens, com peso superior a 1,36 milhão de toneladas.
O artigo aponta que, apesar do tamanho do problema, 67% da população no país não conhece as restrições e políticas voltadas para o descarte de lixo eletrônico. Além disso, segundo os autores, os Estados Unidos não contam com políticas públicas e fiscalização adequadas para a reciclagem e eliminação de substâncias danosas dos produtos eletrônicos.
Os pesquisadores pedem que os governos dos Estados Unidos e de outros países coloquem em prática medidas urgentes para lidar com os equipamentos eletrônicos descartados. Também destacam a necessidade de se buscar alternativas para os componentes que causem menos impactos à saúde humana e ao ambiente.

USP inaugura centro de aproveitamento de lixo eletrônico





Reciclagem de resíduos de informática
Em dezembro, o Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP irá inaugurar o Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir), organizado para receber e enviar para reciclagem o lixo eletrônico produzido pela USP.
Desde 2007, o CCE possui um Programa de Sustentabilidade que visa o reaproveitamento de materiais de informática como computadores, teclados, monitores, cabos, entre outros. Em junho de 2008, o Programa recolheu mais de 5 toneladas de lixo eletrônico oriundo apenas do CCE.
"Verificamos então que o lixo eletrônico valia muito pouco. Alguma coisa devia estar errada", explica a professora Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, diretora do CCE.

Aproveitamento financeiro do lixo eletrônico
No início de 2009 iniciou-se uma pesquisa extensa sobre o assunto onde se constatou que as empresas de reciclagens trabalham com materiais especializados, plásticos, metais, placas, entre outros.
Portanto cada empresa tem processos industriais estabelecidos para tratar apenas alguns poucos tipos de material e acabam descartando o resto. Um exemplo seria o teclado de um computador que se vendido a uma empresa de reciclagem de plástico, todo o restante, como placas e fios, seria descartado.
O Cedir surge nesse contexto visando um melhor aproveitamento financeiro e tecnológico do lixo eletrônico.

Triagem do lixo
A professora Tereza explica que a entrega do lixo eletrônico pelas unidades da USP será feita num processo de agendamento. No caso das unidades do interior, os campi de Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos já estão aptos a receber a sucata eletrônica por intermédio dos seus Centros de Informática.
Assim que o Cedir, no caso de São Paulo, ou os Centros de Informática, recebem o material entregue pelas unidades, a primeira verificação feita é se eles operam ou não. No caso positivo, verifica-se a funcionalidade do equipamento, ou seja, se o resíduo eletrônico não está obsoleto. "Se o computador não tem utilidade nenhuma, mesmo que ele esteja operando, é considerado lixo eletrônico."
Os computadores que operarem e forem funcionais serão emprestados por um período de dois anos para projetos sociais, tempo em que o material provavelmente completará seu ciclo de vida útil.

Destruição das informações digitais
Tudo aquilo que já não puder ser aproveitado no momento da entrega ao Cedir passará por um minucioso processo de classificação. Os equipamentos serão pesados, desmontados e os componentes serão separados de acordo com o tipo de material.
Após a separação tudo será descaracterizado, ou seja, CDs e discos rígidos, por exemplo, serão destruídos para que as informações não sejam aproveitadas. Feito isso, o lixo eletrônico será compactado e acondicionado e enviado para as empresas de reciclagem que transformarão esses resíduos em matéria-prima para a indústria.

Ações futuras e pioneirismo
Num primeiro momento o Cedir atenderá as doações de lixo eletrônico apenas da USP, mas no futuro, comenta a professora Tereza, o projeto deve estender-se a toda a sociedade.
Tereza ainda destaca que este é o primeiro projeto dessa natureza numa entidade pública no Brasil e que sua contribuição social compreende o suporte a projetos sociais e à conscientização sobre a importância do destino final correto aos eletroeletrônicos. "É um projeto que atende um vínculo social, mas também possui um viés fomentador de novas indústrias".

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